terça-feira, 2 de novembro de 2010

Fechado para balanço

Esse blogue se encontra em recesso.
Volto após me formar (ou assim espero).

Tenho planos de realizar um planejamento gráfico-editorial para essa página ou mesmo criar um novo blogue com novas propostas. Talvez esse espaço permaneça como local de minhas reflexões, porém a ideia é veicular outras produções menos pessoais, mais propositivas e jornalísticas.

A incerteza quanto ao futuro de minhas ações é a única certeza que tenho.

É isso.

Obrigado a todos que acompanham A Morada do Livre.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os cinco minutos na casa dos meus pais

É uma experiência repetida, reiterada e marcante, sempre. Por mais que nas diversas vezes eu passe desapercebido por essa corriqueira fruição, ela sempre tem o seu valor sui generis.
Não falo em si da viagem, do retorno, dos abraços, do almoço, do carinho. A questão é, e sempre será, o anseio do amanhã.

Retornar ao lugar de onde outrora saí é encarar de fronte o passado, o presente e acima de tudo o amanhã. O amanhã que não chega nunca, que cansa por não chegar.

Os cinco minutos nada mais são do que lembrar dos amores, ponderar um possível equívoco, enaltecer o belo e, não obstante, almejar o futuro que por si só dói. A dor da incerteza, vontades, expectativas (muitas e muitas) e com isso perder no campo de visão a altura de um possível tombo para o fracasso.

Mas tudo bem. São aqueles cinco minutos na casa dos meus pais. Confortáveis. Os cinco minutos do cigarro que apago na sola do meu chinelo. Tudo volta ao normal – se é que o normal se faz parte do atual dicionário, quiçá se o referido existe.

Logo, logo existirão outros cinco minutos mais.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Necessito retomar esse espaço

Uso esse espaço, hoje, por alguns singelos motivos, porém o mais importante e que deve ser ressaltado nessa introdução é a necessidade de não deixá-lo parado.
Abrirei algumas rápidas considerações sobre assuntos aleatórios e não pretendo fazer maiores delongas ou revisões sobre seu conteúdo.
Vamos lá.

Primeiro: cansei de engavetar meus textos.
Por diversas vezes escrevi e não publiquei. Ainda tento entender o porque de engavetá-los. Talvez porque estava sem paciência para grandes revisões ou por, nas entrelinhas, transparecer sentimentalidade demasiada e desnecessária. Ainda é algo que pretendo refletir com calma. Existem, ao menos, mais de uma dezena de textos que nesse meio tempo abandonei ou mesmo concluído desisti de trazê-los aqui. Quem sabe eu não faça vosso resgate nos próximos dias.

Segundo: estou matriculado para o último semestre de minha graduação em jornalismo. Um impasse que vinha perpetuando à toda minha produção. Como sempre, de um modo ou de outro, enfrentar algumas burocracias atravancam razoavelmente nossas vidas. O ímpeto de voltar a escrever pode advir desse fato concretizado hoje.

Terceiro: meu tricolor, o São Paulo F.C, saiu da Libertadores e faz péssima campanha no Brasileiro. Espero que ainda consiga a vaga para a Libertadores. Não duvido de tal realização pois o treinador Sérgio Baresi parece ser bom e está promovendo a molecada vencedora da Copinha (que ele mesmo foi o treinador). Enquanto isso estou com o Azulão do ABC, o A.D. São Caetano, rumo a série A do nacional.

Quarto: meu TCC está fase final de leituras. Uma bagagem muito interessante vem à mim com esse projeto, contudo necessito sistematizá-lo para um produção satisfatória. É o meu maior desafio para o próximo período.

Quinto: o show do disco novo do Arnaldo Antunes, Iê-Iê-Iê, é muito bom. Esteticamente é interessante a ideia de desconstrução, mesmo se aportando em um pastiche dos anos 50/60 - detalhe para o terno interessante que ele trajava no Sesc Bauru que continha uma destoante manga esquerda vermelha.

Foto: divulgação

Sexto: por enquanto é o suficiente para uma nova atualização extremamente personalista. Proposta que vai de encontro ao que eu não pretendia fazer nesse espaço.

Ao final, é fundamental voltar a escrever aqui.
Vale por demais descarregar um pouco da tensão em um blogue.
Se alguém ainda ler, espero que compreendam, mas os entraves de nossas vidas, por vezes, podem fazer com que desanimemos durante o percurso de realizar o que mais gostamos. No meu caso, uma delas, escrever.

É necessário se levantar, sempre...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Un sábado


Quando ainda tarde
se juntam aquelas velhas e mesmas
pessoas.
Muito queridas, por sinal
Que se aturam e se amam.

Reúnem-se, bebem, confraternizam...
se divertem ao todo. Apreciam, ainda, momentos felizes em coletividade.
Tão raro em dias atuais.

São felizes - sabem e não sabem?
Vivenciam e procuram alternativas
dentre as limitações em toda essa estrutura
supérflua e falseada.

E mais um dia. Amanhã é mais um dia.
Domingo
mingo...
( )
....

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A estória de sempre

- E aí você ocupa a sua mente com diversas obrigações. São elas as mais perversas angústias: os estudos, o trabalho, as contas, quer dizer, a porra das contas, e lógico, o amor. Parece que é obrigatório esse último tema, sem este você não é completo. Te obrigam a tê-lo, praticamente , como ordem do dia, sabe?

- Sei.

- Mas o problema está que você tem de resolvê-los não para si, mas para os outros. Veja, se eu não concluir meus estudos e fazer algo que muitos esperam, fracassei. Ou ainda, se socialmente eu não resolvo a mesma questão amorosa que acabo de falar, como eles me verão? "Eles", é claro, eu digo no sentido mais aberto possível, "todos" seria o mais correto.

- Isso que eu ia te falar...

- Não cara, mas aguarde um minuto, porque ainda existe o "eu". E o engraçado, ao mundo, parece que o "eu" não existe, e sim o "ele". Mas eu te pergunto, e eu? Eu fico atado ao "ele" e por vezes esqueço o "eu", por mais egoísta que eu ou você possa ser, entende?

- Entendo, mas penso que devam ser destinados momentos específicos para se resolver cada situação. Mesmo que essas estejam em meio a um turbilhão. Ou venham como um turbilhão.

- Esse é um grande problema. Parece que nos são vomitadas infinitas situações e, infelizmente, não é possível ser destinado um tempo a cada. A vida não é estática, como posso topicizá-la? Não posso, óbvio.
Assim sendo, eu fico refém dessas imposições mundanas, e quer saber, não resolvo porra nenhuma! Por que? Por que me abstenho? Por que não consigo organizá-las? Sei lá o porque...

- E quem sabe?

- Eu sei que sofro com essa confusão toda... Tem algo de muito errado nisso tudo, é a falta de racionalidade do mercado? A falta de planejamento social e imposição de um sistema, e lógico as suas nuances poderiam ser as maiores responsáveis, mas não convém adentrarmos aqui. E como consequência os ridículos valores ocidentais ? Como consequência mesmo, resultado final eu digo. É o que tendo a crer velho.
Porém, ainda assim, eu acredito que existam outras questões que perpassam essas minhas interogações e possíveis teses.

-Ah, o amor...

- Como sempre isso. E como sempre a história se repete. Não pode ser, deve existir algo de muito errado mesmo, ou somente parodiamos o passado? Que dúvida!
Não é possível não superarmos nossas limitações cara. Isso deve existir pelas mais diversas razões, mas eu arrisco dar um palpite que é pelo nosso egoísmo. Que por mais despreendido que sejamos, ainda nos sobram resquícios dos mais sujos, infectantes, que aparentemente não somos capazes de superá-los. E essa situação nos fragiliza de uma maneira, mas de uma maneira... Não sei, acho que a palavra é vulnerabilidade.
Mas infelizmente eu não sei te dizer o porquê disso...
É velho, é difícil pensar todas essas questões, mas assim eu sigo com meus devaneios e filosofia barata. Ao menos serve de atração circense aos olhos de terceiros.


* Trecho de um diálogo do meu próximo filme que não entrará em cartaz

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

E o Ser - ou

Se sou o que sou, você dúvida.
Se não sou o que sou, você teme.
Se digo que sou, talvez desconfie.
Se já não sou, você...

Quando digo que fui, acredite.
Quando eu pude ser, desmistifique.
Quando quisera ter sido, já não desconfie.
Quando cheguei a ser a surpresa abalou.

E agora se sou ou não sou
Se posso ou não posso
Se fui ou não fui
Compreenda.

Pois sou um homem meu bem.
Coberto e dotado de certezas e fraquezas.
E se sou, fui, ou serei
Só eu saberei!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Falando em futebol...

...deixarei minhas BREVES considerações sobre o Campeonato Brasileiro 2009 e seus atores.

Sempre fui contrário a fórmula dos pontos corridos!
Independente do meu time de coração, o São Paulo, ser o maior papa-títulos do torneio (alcançado o posto, principalmente, por ser dos primeiros clubes a se adaptar ao novo método de disputa), sempre achei algo brochante e sem a menor emoção.

O que me respalda, empiricamente, essa minha prévia é que no primeiro título (tetra) do São Paulo na era dos pontos corridos eu estava no Morumbi e após terminado o jogo não podíamos comemorar a conquista do caneco, pois era necessário esperar uma combinação de resultados vinda do Paraná (sinceramente, não me lembro o jogo e que diferença faria se lembrasse?). Ou seja, fiquei com uma cara de tacho na arquibancada, assim como os jogadores no gramado, esperando que o auto-falante do estádio anunciasse o término do jogo em questão, ou, um torcedor mais empolgado colado em seu rádinho gritasse: terminou, terminou... é campeão caralho!

Enfim, fiquei até com uma certa vergonha. Uma sensação de deslocamento e falseamento. A minha comemoração não mais seria natural como sempre fora ao apito final do árbitro.
E sem querer me colocar como um saudosista, mas me lembro bem da época que existiam as finais no Campeonato Brasileiro e todo mundo parava nos dias de jogos, os estádios lotavam, os butecos nem se fale e as segundas-feiras só terminavam na terça quando o assunto era futebol - e se bem me lembro também, nas quartas-feiras já tinha jogo (não tinha que ficar assistindo jogos da sul-americana no meio de semana, esse sim, disparado, o torneio mais chato do mundo).

Por um momento, achei que esse Brasileiro me faria mudar de ideia. Comecei a refletir sobre a questão. Sem dúvida nenhuma, esse foi um campeonato disputado e não de hegemonia de um só clube (ou dois) como nos outros anos. Uns seis ou sete times pleitearam de fato o título, existia algo de diferente nesta edição.
Mas antes de entrar no mérito da disputa, como disse anteriormente, refleti sobre os aspectos positivos da fórmula. Abstrai a ponto de achar que o Brasileirão promovia uma certa integração nacional, já que os noticiários esportivos abriam espaços para outras praças além da tradicional Rio-São Paulo. Começavam, então, a existir novas rivalidades extra-regionais. Os torcedores nas rua de São Paulo comentavam sobre o novo reforço do Goiás. Poxa, algo estava mudando? Balela. Isso já existia na época do mata-mata. No máximo, somente, alguns noticiários se reformularam, como o Globo Esporte, que além de mudar o formato se tornou ainda mais regional (com uma edição feita somente para São Paulo, que no máximo soltava algumas notas sobre clubes contra os quais os paulistas iriam jogar).

De fato houve uma boa disputa, como já disse. Medalhões fugiram dos grandes burgos futebolísticos europeus para dar o ar de sua graça a plebe de que um dia fizeram parte (isso, óbvio, porque também já não tinham lá tanto espaço na Europa): como o peso-pesado do Corinthians, o imperador destronado que perdera seu reino mas sabia que a Gávea lhe renderia novos(velhos) súditos e o bom Fred (que não sei como não vingou de fato como 9 do Brasil). Outros nomes também poderiam aparecer aqui: V. Love, Fernandão, Petkovic, Washington, Souza, Val Baiano, Obina, Kléber Pereira, Willian Batoré e daí para baixo. Entendeste agora do que estou falando meu caro?
O nível técnico dessa PORONGA foi muito baixo!!!


Flamenguistas comemorando o gol do título

Os medalhões, tirando um ou outro (como o Adriano), se esconderam ou viveram machucado. Alguns sequer corresponderam as mínimas expectativas de suas contratações. Os medianos se destacaram, dada a falta de craques, e os ruins continuaram ruins.

Assim sendo, a rotatividade de líderes diferentes iria mesmo acontecer. Nenhum dos clubes que assumiram a liderança (com ressalva ao Palmeiras que teve lá seus graves problemas, mas tinha o elenco mais razoável e lampejos de craques de alguns jogadores) tinham a real capacidade de mantê-la por muito tempo. E é o que aconteceria com o Flamengo se houvessem mais algumas rodadas.

Não vou me estender mais e ficar analisando "friamente" cada time e porque ganhou ou perdeu o título.
Mas concluo dizendo que a falsa ilusão que tive de um grande campeonato e de que os pontos corridos tinha definitivamente emplacado se deu graças ao já falado baixíssimo nível técnico estabelecido no futebol praticado nesta terra - óbvio, os grandes jogadores brasileiros não estão no país. A pseudo-integração nacional é uma farsa - para quem assistiu CQC no dia 07/12, um dia após o término do campeonato, viu o bairrismo dos flamenguistas hostilizando o repórter pelo simples fato dele ser de São Paulo "Passa amanhã paulista"(uma rivalidade maior e pior do que a do futebol). E, por fim, o campeonato é chato pra cacete! Comemorar um título em cima do rebaixado América de Natal, como fez o São Paulo em 2007, ou, no exemplo atual do Flamengo em cima dos reservinhas do Grêmio, que já não via possibilidade nenhuma na competição, referenda o que eu digo.

Agora eu espero a Libertadores, que não terá Boca e River, mas ao menos tem no seu regulamento vigente as suas finais.