terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os cinco minutos na casa dos meus pais

É uma experiência repetida, reiterada e marcante, sempre. Por mais que nas diversas vezes eu passe desapercebido por essa corriqueira fruição, ela sempre tem o seu valor sui generis.
Não falo em si da viagem, do retorno, dos abraços, do almoço, do carinho. A questão é, e sempre será, o anseio do amanhã.

Retornar ao lugar de onde outrora saí é encarar de fronte o passado, o presente e acima de tudo o amanhã. O amanhã que não chega nunca, que cansa por não chegar.

Os cinco minutos nada mais são do que lembrar dos amores, ponderar um possível equívoco, enaltecer o belo e, não obstante, almejar o futuro que por si só dói. A dor da incerteza, vontades, expectativas (muitas e muitas) e com isso perder no campo de visão a altura de um possível tombo para o fracasso.

Mas tudo bem. São aqueles cinco minutos na casa dos meus pais. Confortáveis. Os cinco minutos do cigarro que apago na sola do meu chinelo. Tudo volta ao normal – se é que o normal se faz parte do atual dicionário, quiçá se o referido existe.

Logo, logo existirão outros cinco minutos mais.

4 comentários:

Luiz Augusto Rocha disse...

Rocordações da casa paterna?

Enio Lourenço disse...

Após passados quase 10 dias por lá (na época desse último feriado), alguma reflexão eu necessitava exteriorizar. rs

Telma disse...

Nossa adorei essa postagem. Nesse momento, estou na ksa dos meus pais e estava tendo um desses "cinco minutos". Pensar no amanha, na incerteza de tudo...
me identifiquei mto rs.
Vlw eninho!

Anônimo disse...

Cadê os novos posts desse blog que eu não acho?
Obs.: Estava ouvindo "Balada do Louco" e agora "Caminhante Noturno" d'Os Mutantes enquanto faço o comentário.