Por muitas vezes fiquei reticente em iniciar um blog, principalmente por ver na faculdade de jornalismo a "moda" de que um estudante de jornalismo deve ter necessariamente um blog. Achava essa situação muito forçada. Considerava, nessas circunstâncias, o blog uma ferramenta própria para a verborragia de pseudo-cults e afins - e ainda acredito que muitas vezes o seja. Esteriotipei a ferramenta e decidi não fazer uso (por mais que em outrora eu já tivesse um blog).
Dois anos e meio de curso se passaram e, por fim, adentrei ao mundo dos blogs - ou como os "teóricos da comunicação" dizem, a "Blogosfera"*(ha ha).
Poderia, nesse post inicial, discorrer sobre os motivos e as necessidades que me fizeram criar essa página. Muitos deles poderiam estar ligados a minha frustração quanto a formatação de meus textos desde que iniciei o curso de jornalismo, quanto a saudade de poder escrever em algum lugar com liberdade total - daí o nome, "Morada do Livre" -, ou ainda, por nos últimos meses ter me dislumbrado com a criatividade e genealidade de alguns blogs e a vontade estar mais próximo dessa realidade. Motivações foram muitas.
Não ficarei aqui divagando unicamente sobre minha vida. Deixarei esse egocentrismo para outras páginas, definitivamente esse não é meu intuito aqui. Quero relatar as minhas impressões sobre as mais diversas situações. Não vou me ater a uma temática, como muitos blogs prezam para o encotro de seu público (encontrar um público também não é o meu objetivo), mas quem me conhece sabe que inevitavelmente falarei de coisas que gosto: cinema, teatro, música, política, filosofia, artes, etc. Ainda assim reitero: não haverá um editorial.
Em todo caso, essa é a minha nova morada. A Morada do Livre. Dos meus textos livres, das minhas idéias livres. Ao menos aqui não haverá restrições.
Sintam-se a vontade e sejam bem vindos.
* Blogosfera e minhas risadas: mania de professores de comunicação social em querer conceituar tudo, sempre existe um grande tratado e teorização para qualquer ferramenta nova que aparece, a busca incansável pela ciência da comunicação. Uma grande piada...
TEd com minha história vira cordel
Há 3 meses
8 comentários:
Talvez isso te responda algumas das inquitações sobre jornalismo http://www.youtube.com/watch?v=3WQUDFZTg8U. E seu texto tem que estar mesmo no "A Morada do Livre", ainda mais se usar a palavra "formatalização", a qual acabou de inventar. Texto não é jornalismo.
E vê se deixa esse blogue com comentários livres sem ter que inserir contas de google, livejournal, worldpress. Que isso? Censura, seleção prévia, cerceamento da minha liberdade de escrver minha opinião. "Vamo lá, sem essa heim".
Eu havia assistido ao Roda Viva do Gay Talese e por sinal achei muito bom. Defende alguns princípios bem interessante. Mas a questão é aonde que se consegue fazer esse tipo de jornalismo, o literário, em início de carreira. Ou mesmo, com anos de profissão. São raros os meios.
Quanto a palavra "formatalização", não vou mentir, a palavra formatação, que seria mais adequada à utilizar, não compreendia a dimensão do que eu queria dizer. Era algo a mais do que simplesmente me formatar.
Mas agora, vendo de longe, e sendo ressaltado pela sua língua afiada Barranco, realmente está estranho.
Enfim, tem a ferramenta editar, posso resolver facilmente isso. rs
Por fim, eu ainda nem mexi no blog direito, vou ver essa parada do comentário. Não sabia mesmo que estava limitando a algumas contas. Mas em todo caso, não precisa chorar não Barranquinho, você vai poder continuar dando seus pitacos por aqui. haha
Ênio, a questão da Liberdade é o essencial. A Ciência, a Filosofia, a Arte, a Política, as mais diversas formas da compreensão humana têm buscado, quando não o conceito, a expressão do ser livre. A mim, eu prefiro a poesia simples e discreta de Cecília Meireles, que dizia ser a liberdade algo inexplicável, mas, entendida por todos.
Da mesma forma é o texto. Seja compreensível e inexplicável. Aliás, ser ou não ser é uma questão de livre-arbítrio. Ou não. Não nos esqueçamos das amarras, das engrenagens, da coação diária. A Liberdade não é azul, é abstrata demais para ganhar cor. Ou não.
Em qualquer texto, em qualquer imagem que você coloque no seu blogue, você já sabe que terá uma repercussão. A primeira será sempre sua. Refletir é preciso, para que escrevo, por que escrevo, a quem escrevo.
Enfim, essas são pequenas considerações que eu imagino que compartilhamos sobre o exercício da escrita. Muito além do Jornalismo, de suas técnicas, estéticas, códigos de ética, mais importante do que tudo isso são os seres humanos em nosso redor, não aqueles abstratos, plastificados que buscamos combater.
O Gay Talese não aceita o termo para Novo Jornalismo. A questão não é a linguagem e nem o texto. O importante em suas considerações é sua conceituação para jornalismo. Que nada tem a ver com o diploma nem o estilo do texto.
Sim Barranco, assim como a acuidade para apuração das matérias, proposições éticas na profissão, respeito, que realmente são questões além diploma.
E falou, ainda, sobre a predileção de contar histórias sobre anônimos. Que eu acho genial. Porém, minha pergunta ainda prevalece: em qual meio de comunicação você terá espaço para isso??? Ainda mais em tempos de twitter, ou jornais que você tem 1000 caracteres para fazer sua matéria. Nos sobra espaços como esses. Espaços independentes.
Nós é que desejamos boas vindas meu caro.
O legal aqui é encontrar parceiros para somar modos semelhantes de pensar; estar em contato também, de repente, com a produção de pessoas que agora já não estão tão próximas.
Quando vc abre um blog, um mundo também se abre, poderemos dialogar isso outrora, com um copo à mão.
um grande abraço,
(barba)
*out off topic: vc pode retirar essa verificação de palavras na aba "comentários", economiza tempo da galera que tá afim de comentar...
Primeiramente, bem vindo e saiba que seu blog já está devidamente conectado ao meu.
Sobre o post, considero que a liberdade total será um tanto difícil de ser alcançada, até porque você mesmo já impõe algumas restrições ao dizer que não pretende falar sobre vida pessoal, divagações cult, etc. Ao dizer que não há um editorial,você acaba escrevendo um editorial
A busca da liberdade mesmo num mero blog não é tão fácil, mas compreendi o sentido das suas palavras e as admirei.
Abraço e vida longa à morada!
tomara que vc continue gerando muita polêmica! assim vai ganhar muita grana com publicidade no seu blog que será super acessado!
abraços,
cidão
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